Falho



Falhos se referem a pessoas que "falharam" na vida, tipicamente atribuído a quem não tem vida social e carece de habilidades para sequer manter uma conversa com alguma pessoa. Também é usado para falar da falha profissional e acadêmica, quando o falho é NEET ou hikikomori, só que universalmente o termo é usado para se referir a quem não consegue pegar mulher.
Falhos são a escória da sociedade, vegetam ainda em vida, se reduzem a pedintes de atenção, carentes de um afeto que nunca chegará. Ter alma de criança depois de crescer é um lixo, você deixa de experimentar a alma do adolescente, do adulto, do velho... Não tem coisa pior do que gente de 30 anos que não sabe viver sozinho, não sai da casa dos pais, é sempre mimado, não consegue ler um livro mais complicado do que Senhor dos Anéis, não sabe o que é ter uma opinião ou quando tem é simplesmente coerente com a "alma infantil", ou seja, uma idealização boba e fútil.
Eles vivem a ilusão de que aqueles que não fazem essas coisas não são felizes, foram engolidos pelo sistema ou fodidos pela mídia que disse como devem viver. É o contrário, passamos pelas mesmas coisas: infância, puberdade, maturidade e cada um leva um caminho pessoal para lidar com isso tudo, cada um se torna uma pessoa diferente e isso não acaba, a cada dia acumulamos mais referências e mudamos quem somos. Mas eles, alimentados por quantidades colossais de anime e videogame, de computador e mimos dos pais, de autopiedade e betismo causados por bullies, eles é que já foram engolidos pelo sistema, alienados de uma maneira que não conseguem sair. Tão absorvidos nessa fantasia que acham que quem não gosta de um fodendo animezinho de fantasia está sendo preconceituoso ou "perdeu o espírito infantil". Mentira, eles cresceram, passaram para outra, não se deixaram apegar a algo tão bobo, assim como um dia você também deixou a chupeta de lado e deixou de cagar em fraldas.
É isso o que eles são, só falta regredirem para a fralda e para a chupeta. Não percebem que existe uma batalha interna entre voltar para o útero e ser independente e por isso simplesmente ignoram qualquer coisa, se fechando num mundo seguro e de retardado mental (literalmente retardado). Daí o que sobra disso é uma completa falta de individualidade, pois com a inteligência de um feto não dá pra ser nada por si só e por isso eles precisam recorrer a imaginações intensas, a se colocarem inteiramente no lugar de outro ser que não existe (idealizado) para ver se sentem alguma coisa. Não tem sentimentos próprios, pensamentos próprios ou ideias próprias, mas confundem ser solitários e idealistas com ser individual e criativo. A criatividade deles é zero e imitar um velociraptor para ir para a cozinha não tem nada a ver com criatividade, nem fazer algo que aparentemente é único faz de você uma pessoa que pensa por si.
E o pior de tudo é que há uma resistência terrível, incrivelmente forte para com mudanças. Ao ler tudo isso já dá pra saber o que vão pensar, que não querem ir para baladinha e virarem descolados assistidores de Malhação (argumento do espantalho: não é isso o que disse para se tornarem), ou que a imaginação é saudável e aguça a inteligência (tanto quanto uma bengala ajuda a andar, eles mutilaram as próprias pernas para poder usar essa bengala e não sabem o que é ter uma imaginação madura) ou ainda pensam "eu gosto, então tá tudo bem", sem perceber que é justamente é isso que os prende. É claro que ia gostar, todo mundo gosta de ficar num útero quentinho sem ter que fazer absolutamente nada, é exatamente a mesma relação. Mas o tempo não pára, o mundo gira e eles não tem bolas o suficiente para sair da zona de conforto, para dar um instante pra essa coisa que gostam e experimentar outras que podem ou não gostar. Eles estão perdendo toda a diversão.
E é o preconceito o grande elo disso tudo. Acham que já experimentaram da adolescência quando levaram um fora aos 11 anos, acham que experimentaram o amor quando imaginavam que a garotinha bonita da sala era uma princesa de anime mas nada aconteceu entre eles, acham que já experimentaram da adultice quando procuraram um emprego e acharam uma merda. Algo deu errado na vida deles, talvez várias coisas, mas que fizeram eles terem a impressão de que a vida lá fora do fodendo útero é ruim por natureza e por isso regrediram e se penduraram nessa ilusão.
A água um dia pode bater na bunda, você vai precisar trabalhar para ter seu dinheiro, ou vai ter que sair de casa e lidar com problemas. Aí o baque vai ser forte e você só vai sofrer e por isso vai culpar a vida adulta mais ainda e o preconceito só aumentará.
Ou talvez a água não bata na bunda, que você fique em casa vivendo de herança a vida toda batendo punheta e assistindo anime. Pior ainda se esse for o caso: ficarão velhos, de joelhos fracos e tetas enormes, de ossos frágeis, sem um bem, sem um filho, sem uma realização, sem uma mulher, sem um emprego, sem uma lembrança que seja. Porque o videogame e o anime passam e só deixam uma leve nostalgia. Pode ter zerado 3000 jogos em sua vida, eles só trazem a experiência dentro de si mesmos, eles te dizem onde achar todos os itens, mas não te ensinam a viver.
Alienação, preconceito, imaturidade, resistência, fraqueza de espírito. Bela alma de criança.